A Nasa, a agência espacial norte-americana, divulgou as primeiras fotos feitas pela sonda Juno da maior lua de Júpiter e de todo o Sistema Solar, a Ganimedes. O sobrevoo, realizado na última segunda-feira (7), chegou a 1.308 quilômetros da superfície do astro.
"Este é o mais próximo que uma nave espacial chegou desta lua gigantesca", afirmou o cientista-chefe de Juno, Scott Bolton, do Southwest Research Institute, no Texas, nos Estados Unidos. "Vamos levar um tempo antes de tirar qualquer conclusão científica. Até lá, podemos simplesmente nos maravilhar com esta maravilha celestial."
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As imagens feitas pela câmera JunoCam mostram crateras e também longas fendas, que podem estar relacionadas a falhas tectônicas. Versões coloridas das fotos devem ser divulgadas em breve.
Segundo a Nasa, além das imagens capturadas por três diferentes câmeras, a sonda Juno irá contribuir com estudos sobre a composição das três camadas de Ganimedes (ionosfera, magnetosfera e camada de gelo). O equipamento também conseguirá fazer medições da radiação do ambiente e também do seu entorno.
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O astro é maior que o planeta Mercúrio e a única lua no Sistema Solar com sua própria magnetosfera, ou seja, possui uma camada externa com influência de campos eletromagnéticos.
"Juno carrega um conjunto de instrumentos sensíveis capazes de ver o corpo celeste de maneiras nunca antes vista", afirma Bolton. "Ao voar tão perto, vamos trazer a exploração do corpo celeste para o século 21 e ajudar, com a contribuição de nossos sensores únicos, na preparação para futuras missões às luas e anéis de Júpiter."
Os instrumentos científicos da espaçonave começaram a coletar dados cerca de três horas antes de sua abordagem mais próxima, na segunda-feira (7).
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A sonda espacial também examinou a crosta de gelo de Ganimedes e obteve dados sobre sua composição e temperatura.
"A camada de gelo do astro tem algumas regiões claras e escuras, sugerindo que algumas áreas podem ser de gelo puro, enquanto outras áreas contêm gelo sujo", disse Bolton.
O cientista-chefe explica que os equipamentos instalados na sonda vão fazer a primeira investigação aprofundada sobre a composição e a estrutura de gelo na superfície da lua e como surgiu.
Os resultados irão complementar as pesquisas que serão realizadas pela missão JUICE (sigla para Jupiter Icy Moons Explorer), da Esa, a agência espacial europeia, em 2032. O objetivo dos cientistas europeus é analisar o gelo da Ganimedes usando um radar em diferentes comprimentos de onda.
Se tudo correr bem, a sonda JUICE será a primeira da história a orbitar uma lua que não seja a da Terra.
*Estagiária do R7 sob supervisão de Pablo Marques