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'Alta de juros está na mesa do BC', diz Galípolo

Em evento em São Paulo, diretor de Política Monetária do Banco Central afirma que cenário é 'desconfortável' para cumprimento da meta

Por: Redação
12/08/2024 às 19h38
'Alta de juros está na mesa do BC', diz Galípolo
Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária do Banco Central (Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

O diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, disse que um eventual aumento na taxa básica de juros, a Selic, está na mesa da autarquia, diante de casos inesperados e com impacto sobre os mercados mundiais — como aconteceu na segunda, com a maior queda na Bolsa de Tóquio desde 1987. O economista também disse concordar que o cenário é “desconfortável” para o cumprimento da meta de inflação de 3% no ano, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

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Galípolo esteve em painel do 2º Warren Institutional Day, evento de finanças organizado pela Warren Investimentos, em São Paulo nesta segunda-feira.

— Me alinho àquela visão de que o cenário hoje é desconfortável para o cumprimento da meta (de inflação) e de quem gostaria de ver uma melhora nas variáveis para a questão do cumprimento da meta — afirmou.

Também nesta segunda, durante a inauguração do novo campus da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV EESP), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ratificou que a autoridade monetária vai fazer o que for preciso para trazer o IPCA para a meta, independentemente de quem estiver no comando. Indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, Campos Neto deixa o cargo até o final de 2024. Galípolo é o principal nome colocado para assumir a presidência do BC no ano que vem.

Motivos de 'preocupação'
Galípolo afirmou também que não há uma relação mecânica entre câmbio e política monetária, já que o BC acompanha uma série de variáveis que indicam desde a desancoragem das expectativas de inflação até um mercado de trabalho mais aquecido, além da trajetória positiva do mercado de crédito, que bateu recorde em emissão de debêntures.

— Às vezes o que é notícia boa pra alguns, para a gente é um tipo de preocupação. O IPCA não veio só maior, mas também com uma composição que traz uma série de alertas [...] — disse Galípolo, citando, por exemplo, a persistência da inflação dos serviços, também atrelada ao mercado de trabalho apertado, e influências como a reprecificação da curva de juros dos Estados Unidos.

O economista reforçou o conteúdo da última ata do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), publicada no início da semana passada. No documento, a autoridade destacou que não hesitaria em elevar a Selic para garantir a inflação dentro da meta. O BC havia decidido, na semana anterior, pela manutenção da taxa básica de juros da economia em 10,5% ao ano.

— A ata deixa bem claro, e espero ter deixado claro, mas vou repetir que não fornecemos nenhum tipo de guidance para a próxima reunião [...] A alta está na mesa, e a gente quer ver como isso vai se desdobrar [...] Basta ver o que aconteceu com a política monetária norte-americana, ou pegar uma segunda-feira que você tem a maior queda desde 1987 da bolsa no Japão, para depois ter um circuit break de alta no final do dia, na abertura da mesma bolsa — disse.

Na semana passada, em outro evento, ele havia comentado que os riscos para alta inflacionária superavam os indicativos de algum alívio no aumento de preços. Na mesma oportunidade, Galípolo afirmou que o Copom estava disposto a fazer o que fosse necessário para garantir o cumprimento da meta.

O economista concluiu que era função do colegiado estabelecer uma taxa de juros restritiva o bastante (ou seja, em patamar suficientemente elevado), pelo tempo necessário, para se chegar à inflação de 3% ao ano. Alguns analistas, no entanto, avaliaram que a fala de Galípolo indicava uma mudança de tom em relação à ata divulgada pelo BC, o que ele nega.

O diretor do BC alegou ainda que é importante haver uniformidade entre a postura dos diretores e os comunicados da autoridade monetária:

— De maneira nenhuma a (minha) intenção era fazer uma mudança de tom. A gente tinha o mesmo diagnóstico [...] Para quem está com diretor da autoridade monetária, está buscando coordenar expectativas e que entende que a formação dos preços dos ativos se dá por meio de consensos, tentar produzir um drible seria muito estranho, né?

E comparou:

— Olhar para o lado e tocar para o outro é uma jogada genial de Ronaldinho Gaúcho, maravilhosa. Agora, se o diretor de política monetária fizer isso ou qualquer outro diretor, ele vai marcar gol contra.

Governo vai cumprir arcabouço, diz Alckmin
Em outro painel no mesmo evento, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, disse que o governo vai cumprir o arcabouço fiscal, conjunto de regras que substitiu o teto de gastos, implementado durante a gestão Michel Temer.

A nova âncora fiscal determina que o governo só pode gastar a mais o equivalente a 70% do incremento real (descontada a inflação) da arrecadação no ano anterior, dentro de uma faixa que garantirá ampliação das despesas entre 0,6% e 2,5% acima da inflação a cada ano.

— O governo vai cumprir o arcabouço fiscal. Rigor fiscal é social. Não é economicista, é social, porque com rigor fiscal nós vamos ter mais investimento e emprego. Com rigor fiscal nós vamos ter menor inflação e, portanto, melhorar a renda da população. E inflação não é socialmente neutra, ela atinge o mais pobre. Atinge muito mais aquele que não tem capital, só salário, do que populações com maior poder aquisitivo.


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