O grego Evangelos Marinakis segue na briga pela compra da SAF do Vasco. No fim da semana passada, o clube enviou novos documentos para o início da fase de due diligence da negociação. O status atual das tratativas é de estudo e análise financeira e patrimonial do Vasco.
O Vasco recebeu os primeiros contatos com representantes de Marinakis há cerca de três meses - o chamado NDA (acordo de confidencialidade) sofreu ajustes e reajustes e foi assinado há poucas semanas entre as partes. A due diligence é considerada fase inicial das tratativas de possíveis aquisições e fusões entre empresas. Envolve toda a análise e a investigação de um negócio.
Inicialmente, dois empresários brasileiros do futebol, Giuliano Bertolucci e Giuseppe Dioguardi, levaram a possibilidade de negócio para o grego. São eles que representam Marinakis na conversa com o Vasco. Marinakis tem boa relação com John Textor, do Botafogo, e animou-se com o que conheceu do Vasco em linhas gerais. Por história, tamanho de torcida e representatividade no Brasil.
Em São Januário, a preocupação é de realizar diversas mudanças na comparação com o acordo antigo feito com a 777. Há insatisfações que vão dos royalties que a associação recebe por venda de produtos do Vasco até o plano de sócio-torcedor e o aluguel de São Januário.
O presidente do clube, Pedrinho, mantém a confidencialidade das conversas, mas as tratativas são consideradas positivas. Há um novo corpo de assessores jurídicos que analisa toda a documentação financeira e patrimonial do Vasco - estão na mesa as dívidas da associação e da SAF, as informações mais profundas do patrimônio do clube, do plantel da base ao profissional e também os números sobre os acordos que podem vir pela mediação e pela possível recuperação judicial.
Com negociação em curso para investimento na base do São Paulo, o que poderia se dar através de uma das suas empresas - o que impediria, em tese, maiores conflitos com a SAF do Vasco -, Marinakis ainda não veio ao Brasil para contato direto com os vascaínos. Curiosamente, quando viajou para o Rio de Janeiro, foi em agosto deste ano para acompanhar a final da Intercontinental Sub-20 entre Flamengo e Olympiacos, com virada dos rubro-negros para o título no Maracanã.
Caso as negociações avancem, será feita a proposta para a compra da SAF. Apesar do imbróglio com a 777 e a A-CAP, existe a possibilidade de o Vasco ser a ponte da negociação. O que significa dizer que o Vasco, com dinheiro do grego, poderia comprar as ações dos americanos para colocar o grupo de Marinakis como sócio-majoritário da SAF. Mas o processo de due diligence está apenas no início.
Orçamento de R$ 500 milhões
O Vasco ainda avalia outros interessados - entre eles, o italiano Andrea Radrizzani, dono da Sampdoria. Mas a diretoria de Pedrinho não crê em solução rápida para esse imbróglio. O orçamento de 2025 da SAF foi projetado com o cenário atual - ou seja, sem investidor - e prevê cerca de R$ 500 milhões em receitas brutas. Na conta, estão previstas entradas de dinheiro com patrocinadores, direitos de transmissão, bilheteria, programa de sócios e venda de jogadores.
Com cenário indefinido para 2025 por causa da expectativa de venda da SAF, o Vasco desenha o seu orçamento por trimestres e conta com o desafogo de acordos com credores.
Em paralelo, o Vasco se movimenta na arbitragem. O clube contestou nos últimos dias a presidência de Paula Andrea Forgioni na disputa com a 777/A-CAP. Ela havia sido escolhida há um mês pelas partes, mas na última semana o clube pediu explicações sobre suposto conflito de interesses da advogada.
Por GE