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Padilha minimiza elo com Cunha e diz que Hugo Motta é ‘91%’, por adesão a governo na Câmara

O paraibano Hugo Motta é dado como certo para suceder Arthur Lira (PP-AL) no comando da Casa, cuja eleição ocorrerá no sábado (1º)

Por: Redação
30/01/2025 às 19h26
Padilha minimiza elo com Cunha e diz que Hugo Motta é ‘91%’, por adesão a governo na Câmara
Alexandre Padilha. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom – Agência Brasil

O ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) exaltou a proximidade do deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) com o governo Lula (PT) e acrescentou que, para ele, o apelido do favorito para presidir a Câmara dos Deputados é “91%” -em referência ao índice de votação do parlamentar acompanhando o governo, como mostrou a Folha de S.Paulo.

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Hugo Motta é dado como certo para suceder Arthur Lira (PP-AL) no comando da Casa, cuja eleição ocorrerá no sábado (1º). Ele conta com o apoio de partidos do governo e da oposição. Padilha diz esperar “não adesão total”, mas uma “postura institucional” do futuro presidente da Câmara.

O deputado, em 2015, esteve à frente da decisiva CPI da Petrobras e foi correligionário e aliado do então presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O então emedebista comandou o impeachment de Dilma Rousseff (PT) na Câmara.

Questionado pela Folha se há desconforto em apoiar um nome tido como pupilo de Cunha, Padilha negou. “Se é para ter apelido dele, para mim, é 91%. De adesão a todas as votações do governo. Os 9% devem ter sido alguma que ele não estava presente”, disse.

Padilha, responsável pela articulação política do governo, destacou ainda o papel que o então líder do Republicanos teve de apoio à gestão Lula nos últimos dois anos de aproximar o partido do governo, além de ajudar na negociação para a ida do deputado Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) para o Ministério de Portos e Aeroportos, em setembro de 2023.

“Ele teve um papel muito importante também na condução da CPMI contra o golpe para reafirmar a democracia, reforçar o papel da relatoria que caracterizava a atuação criminosa e foi muito decisivo para toda a agenda econômica que nós aprovamos”, completou.

O ministro também disse que pediu ao presidente Lula a liberação de todos os ministros parlamentares, deputados e senadores, no final de semana para votar tanto em Hugo Motta quanto em Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), para presidência do Senado.

Padilha diz que o governo espera não uma adesão total, mas “postura institucional”.

“O presidente Lula nunca quer ter o presidente da Câmara ou o presidente do Senado dele. Nós tivemos o líder Hugo Motta, o Republicanos teve adesão total às propostas de governo. Agora, o que eu espero dele, de presidente da Câmara, é não adesão total a qualquer ação do governo, mas uma postura institucional e acredito que ele vai ter também”, afirmou.

Lira teve relação conturbada com o governo, sobretudo com Padilha, com quem parou de conversar no ano passado. Questionado se a eleição de Hugo representaria uma melhora na relação do governo com o Congresso, o ministro falou em “ambiente cada vez melhor, porque há processo de reabilitação das relações institucionais”.

Ele lembrou ainda que Lira e Pacheco foram eleitos com os votos de paramentares da base do governo e dos próprios ministros que também são parlamentares, inclusive ele próprio. Também elogiou o papel de Lira no pós-eleição, ao ser um dos primeiros a reconhecer a vitória de Lula, e com a PEC da Transição.

“Tem um processo de reabilitação das relações institucionais e acho que tanto a eleição Hugo Mota quanto a eleição de Davi Alcolumbre poderão reforçar esse processo de reabilitação institucional. A expectativa que eu tenho é que essa parceria entre o governo e o Congresso para aprovar a nossa agenda prioritária do Brasil continue”, disse.

Como mostrou a Folha de S.Paulo, Hugo votou com o governo em 91% das votações das quais participou desde o início do atual governo.

A concordância com o partido supera a de seu oponente na disputa, o deputado Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ), que concordou com o PT em 77% das votações de que participou.

A média de ambos está acima do percentual das suas respectivas bancadas no Congresso. No PL, partido de oposição ao governo, a média de concordância é de 42%.

A Folha comparou o voto dos dois candidatos à presidência da Câmara em votações de projetos de lei, resoluções, decretos, medidas provisórias e emendas à Constituição, à LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) e ao Orçamento em 2023 e 2024. Nessa amostra, Hugo participou de 91 votações e Vieira, de 116.

Líder da bancada do Republicanos na Câmara, Hugo faz parte do terço mais fiel ao governo. O nível de concordância o coloca à frente da deputada petista Erika Kokay (DF), que seguiu o partido em 86% das votações.

Ele também aparece à frente de outros deputados da base, caso de Tabata Amaral (PSB-SP), com 82% de concordância, e Duda Salabert (PDT-MG), com 81%.

Entre os 44 deputados do Republicanos, Hugo é o quinto mais alinhado ao voto do PT, acima da média da legenda, de 83%. No partido, os deputados Jadyel Alencar (PI) e Messias Donato (ES) tiveram a maior e menor proximidade com o voto petista, 98% e 36%, respectivamente.


Por (FOLHAPRESS)