O Laboratório de Ecologia Aquática (LEAQ), da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), realiza análises da qualidade da água em mais de 60 municípios paraibanos, prestando serviço de consultoria à Companhia de Águas e Esgotos do Estado da Paraíba (Cagepa).
O projeto é coordenado por professores do curso de Ciências Biológicas da universidade. Para a professora Juliana Severiano, orientadora no LEAQ, o laboratório é fundamental para buscar melhorias e soluções para o abastecimento de água no Estado.
“Fazemos hoje o monitoramento junto à Cagepa, através do projeto ‘Monitoramento de Cianobactérias e Cianotoxicinas em corpos aquáticos da Paraíba’. Ele consiste basicamente em fazer a amostragem e análise da água bruta e água pós-tratamento pra verificar se a quantidade de cianobactérias e a quantidade de toxinas produzidas por essas cianobactérias está dentro dos limites previstos pela lei”, afirma a professora.
As cianobactérias, também chamadas de algas azuis, são microrganismos encontrados em ambientes aquáticos e que produzem substâncias tóxicas, podendo causar danos graves se ingeridas pelos seres humanos.
“Quando as cianobactérias crescem em excesso na água, elas se associam geralmente à produção de toxicinas e essas toxicinas causam problemas de saúde na população. Esses problemas são basicamente irritação na pele, problemas nos órgãos como o pâncreas e o fígado, como também problemas neurológicos e até mesmo câncer,” reitera a professora.
Além da análise e feedback feitos com a Cagepa, o Laboratório ainda atua em nível nacional, enviando dados para a Agência Nacional de Águas (ANA). Esses dados são colhidos a cada 90 dias e servem para expor à Agência como é a qualidade da água na Paraíba.
A professora Patrícia Cruz, coordenadora do LEAQ, é a encarregada por essa coleta de dados que recebe o nome de Qualiagua.
“O projeto Qualiagua se iniciou no ano de 2017 em parceria com a Agência de Águas do Estado da Paraíba (AESA). Nesse projeto, a gente inspeciona hoje 70 sistemas, ou seja, açudes e trechos de rios que são utilizados pela população. Nós coletamos água nesses reservatórios e fazemos a análise físico-química e microbiológica desse sistema, pra que a gente possa dar como retorno à AESA um perfil de como está a qualidade de água desses sistemas,” explicou a coordenadora.
Para os alunos do curso de Ciências Biológicas e também de Química da Universidade, o Laboratório é uma oportunidade para realizar experimentações e pesquisas científicas. Aline Nery é bolsista no projeto e faz experimentações com as cianobactérias colhidas nas amostragens.
“A minha pesquisa é mais voltada para a observação de como os nutrientes favorecem o crescimento de cianobactérias. Os nutrientes analisados por mim são o nitrogênio e o fosfato. O nitrogênio facilita o crescimento das cianobactérias porque elas possuem um fixador de nitrogênio em sua composição e o fosfato consegue armazenar. Isso favorece o crescimento dela no ambiente”, contou Aline.
Mín. 23° Máx. 37°