O festival Rio Refugia iniciouações neste sábado (17) para lembrar o Dia Mundial do Refugiado, que ocorrerána próxima terça-feira (20). As atividades, que incluem desde uma feira gastronômica a oficinas culturais, brincadeiras para crianças, música, moda e artesanato de vários países do mundo, movimentou o Sesc Tijuca, na zona norte do Rio. Éa sétima edição do evento, realizado anualmente pelo Abraço Cultural, ParesCáritas RJ e Sesc RJ, com o apoio da Agência da ONUpara Refugiados (Acnur).
Conforme os organizadores, a intenção é destacar a luta e as conquistas de pessoas que foram obrigadas a deixar seus países de origem em consequência de guerras, graves violações de direitos humanos ou perseguições diversas.
“A gente quer fazer comque as pessoas reflitam sobre as condições de refúgio, promovera integração entre os povos e a cultura da paz. É um grande evento para unir pessoas do mundo inteiro em situação de refúgio, trabalhar bem a questão do respeito, do acolhimento e do próprio abraço",disse a gerente de assistência do Sesc RJ, Thais Castro.
A parceria do Sesc com a Cáritas começou na segunda edição do festival. A gerente afirmouque nesse período foi possível observar que o evento é super esperado durante o ano. Os visitantes retornam e trazem outras pessoas, ajudando a dar mais divulgação ao encontro. “As crianças que vinham há cinco anos, hoje já se conhecem e entendem a questão dos direitos humanos, a importância dereceberbem todos os povos, que devem ser contra a xenofobia e o racismo.Então, por aí, a gente começa a perceber a eficácia da ação”.
Na programação de hoje houve palestras derefugiados -um deles falou sobreo livro que escreveue que estáà venda no encontro. Além disso, o público pôde conhecer pratos típicos da gastronomia da Nigéria, Venezuela, Síria, Colômbia, do Haiti e da República Democrática do Congo. “A culinária também promove esse respeito, esse conhecimento que liberta.Então, vamos conhecer a alimentação de outro país, como é o processo, respeitar quem está aqui no nosso país em situação de refúgio e traz um prato típico para apresentar. A gastronomia também é um caminho para respeitar esses povos”, observou.
O público pôde participar aindade oficinas culturais e conhecer os trabalhos de artistas de ritmos latinos e de países do continente africano, com apresentações do DJ angolano Joss Dee e das bandas Saoko e Coral do Rei. “A gente tem multilinguagem, já trabalhou percussão, música, caligrafia, que é muito importante em alguns países, representações específicas como turbantes e artesanato. Trazemos amultilinguagem para mostrar pluralidade no evento”, disse.
A gerente explicouque, durante o ano, a parceria continua para atender aos refugiados que chegam ao Brasil, com serviços como a regularização de documentose o aprendizadodo português. “Unimosparceiros importantes, cada um com sua expertise de atuação. Tem o Abraço Cultural na questão da língua, tem a Cáritas com a documentação e o Sesc com toda a multilinguagem. Trabalhamoscom o refugiado de forma holística, tentamos fechar o círculo para que ele se sinta bem no país. Sabemosque a geração de renda é super importante e, por isso, é fundamental que eles apresentem os seus produtos para gerar renda”.
De acordo com a Cáritas, o relatórioTendências Globais da Organização das Nações Unidas(ONU), lançado este mês e que apresenta dados sobre o refúgio no mundo, apontou a existência de 108,4 milhões de pessoas deslocadas globalmente em função de perseguições, conflitos, violência, violações dos direitos humanos ou eventos que perturbam a ordem pública.
Entre essas pessoas 35,3 milhões são refugiadas e 62,5 milhões são deslocados internamente emseus países. Em maio deste ano, o total de deslocados superou os 100 milhões. Havia ainda 5,4 milhões solicitações de refúgio e 2,6 milhões com novos pedidos.
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