Em meio à suspensão do X no Brasil desde a última sexta-feira, 30, quem tem ganhado destaque no ambiente digital é a Bluesky. A rede social, que se assemelha ao Twitter em sua aparência e funcionamento, conquistou um milhão de novos usuários brasileiros nos últimos três dias.
"Agora, este é um aplicativo brasileiro", escreveu a BlueSky em seu próprio perfil na plataforma, que foi desenvolvida pelo mesmo criador da rede do passarinho, Jack Dorsey, em 2019.
Originalmente desenvolvido como um projeto interno do X, a BlueSky (céu azul, em tradução direta) tornou-se independente em 2021 e ganhou popularidade após a polêmica decisão de Elon Musk, que adquiriu o X em 2022, de limitar o número de tuítes diários para usuários não verificados.
Inicialmente, o acesso ao BlueSky exigia um convite de um amigo para ingressar na plataforma. Mas, em fevereiro de 2024, essa restrição foi removida, facilitando a adesão de novos usuários.
Atualmente, a plataforma — comandada por Jay Graber e pela "equipe BlueSky", conforme o perfil oficial — permite a publicação de posts com até 300 caracteres. Também é possível republicar postagens e compartilhar fotos e textos.
De acordo com a plataforma de dados e estatísticas Statista, o Brasil é o sexto maior mercado do X no mundo, com 21,5 milhões de usuários, atrás dos Estados Unidos, Japão, Índia, Indonésia e Reino Unido.
Com a suspensão da rede social no Brasil, após decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), os brasileiros têm buscado alternativas semelhantes à rede de Musk, como BlueSky, Threads e Mastodon.
Por que o X (antigo Twitter) foi suspenso no Brasil?
A suspensão ocorre depois que Moraes exigiu que Elon Musk, dono do X, indicasse um representante legal no Brasil para a empresa no prazo de 24 horas. Musk afirmou que não cumpriria a ordem e enfrentaria o bloqueio. Como o prazo limite de 20h desta quinta-feira, 29, passou, o ministro determinou a “suspensão imediata, completa e integral” do funcionamento do X no Brasil “até que todas as ordens judiciais proferidas nos presentes autos sejam cumpridas, as multas devidamente pagas e seja indicado, em juízo, a pessoa física ou jurídica representante em território nacional”.
“As redes sociais não são terra sem lei; não são terra de ninguém”, declarou Moraes na decisão, criticando postagens de Musk que, segundo o ministro, fazem parte de uma “campanha de desinformação” que estimula a desobediência e obstrução à Justiça.
No dia 17 de agosto, o X encerrou suas atividades no Brasil, alegando que Moraes havia ameaçado prender a então representante legal da empresa no país. Desde então, a empresa tem ignorado ordens judiciais para remover conteúdos considerados golpistas ou que atacam as instituições. Após o término do prazo da última quinta-feira, o X afirmou que esperava "para breve" a ordem de fechamento no Brasil e reiterou que não cumpriria as determinações judiciais de Moraes, classificando-as como "ilegais".
Da Redação
Redação Exame