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Banco Central eleva Selic em 0,25%, e juros vão a 10,75% ao ano

Decisão foi divulgada pelo Copom na tarde desta quarta-feira, 18; taxa estava estável há três reuniões

18/09/2024 às 21h04 Atualizada em 18/09/2024 às 21h15
Por: Redação
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Foto Divulgação
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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu, por unanimidade, elevar a Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira, de 10,50% para 10,75% ao ano. O anúncio foi feito no final da tarde desta quarta-feira, 18, após reunião do colegiado.  A elevação de 0,25 ponto percentual da Selic representa a primeira alta do terceiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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O ciclo de queda, que começou em agosto do ano passado, havia sido interrompido em junho pelos diretores do BC. A Selic estava estável há três reuniões. No entanto, na ata da reunião de julho, os diretores afirmaram, de forma unânime, que não hesitariam em aumentar juros para assegurar a convergência da inflação para a meta de 3%, podendo chegar a 4,5% por causa do intervalo de tolerância de 1,5 ponto.

A última alta dos juros ocorreu em agosto de 2022, quando a taxa subiu de 13,25% para 13,75% ao ano. Após passar um ano nesse nível, a taxa teve seis cortes de 0,5 ponto e um corte de 0,25 ponto, entre agosto do ano passado e maio deste ano. Nas reuniões de junho e julho, o Copom decidiu manter a taxa em 10,5% ao ano, no menor nível desde fevereiro de 2022.

Na semana passada, o Boletim Focus, que traz as previsões de analistas de mercado, aumentou a projeção da Selic para o fim de 2024 a 11,25% ao ano. Ou seja, é esperado um aumento de 0,25 ponto percentual nas duas reuniões restantes do Copom neste ano. A estimativa para 2025 é que a Selic fique em 10,50%, enquanto a projeção para 2026 é de 9,50%. 

Comunicado do BC
No comunicado desta quarta-feira, o Copom justificou a elevação da Selic argumentando, entre outras coisas, que o cenário, marcado por resiliência na atividade, pressões no mercado de trabalho, hiato do produto positivo, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas, demanda uma política monetária mais contracionista.

O documento cita o conjunto dos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho.

"Considerando a evolução do processo de desinflação, os cenários avaliados, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, para 10,75% a.a., e entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante", diz o Copom.

O Comitê avalia também que o cenário externo, marcado por menor sincronia nos ciclos de política monetária entre os países, segue exigindo cautela por parte de países emergentes. "O ambiente externo permanece desafiador, em função do momento de inflexão do ciclo econômico nos Estados Unidos, o que suscita maiores dúvidas sobre os ritmos da desaceleração, da desinflação e, consequentemente, sobre a postura do Fed."

Sobre novas altas na Selic, o Comitê disse que o ritmo de ajustes futuros na taxa de juros e a magnitude total do ciclo ora iniciado serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerão da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos.

O que é a Selic
A Selic é a referência para todas as taxas de juros do mercado brasileiro, definida pelo Copom, composto pelo presidente e diretores do Banco Central. Ela é o principal instrumento de política monetária utilizada para controlar a inflação.

Quando os juros sobem, os financiamentos, empréstimos e pagamentos com cartão se tornam mais caros, o que desencoraja o consumo e, por consequência, estimula a queda na inflação. Por outro lado, se a inflação está baixa e o BC reduz os juros, isso torna os empréstimos mais baratos e incentiva o consumo.

Como a Selic é definida
O Banco Central avalia as condições da inflação, da atividade econômica, das contas públicas e o cenário externo para definir o que fazer com a Selic, sempre com o objetivo de manter a inflação dentro da meta.

Essa é uma prática comum em governos e autoridades monetárias. O Federal Reserve (Fed) define os juros básicos da economia americana e o Banco Central Europeu faz o mesmo com os juros dos países da zona do euro.

Meta de inflação
O objetivo do Copom é manter a inflação brasileira dentro da chamada meta de inflação, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que determina a meta de três anos à frente, visando uma inflação previsível, estável e baixa, que possa ajudar a economia brasileira a crescer.

Fonte: Terra

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