A executiva da bancada do PT na Câmara dos Deputados se reuniu na manhã desta terça-feira (15) para tratar da sucessão de Arthur Lira (PP-AL). O partido é considerado o “fiel da balança” na eleição da Mesa Diretora, com os três candidatos no páreo brigando para atrair o apoio da legenda de Lula (PT).
Hoje, são candidatos os líderes Hugo Motta (Republicanos-PB), Elmar Nascimento (União Brasil-BA) e Antonio Brito (PSD-BA) -os dois últimos fecharam aliança na disputa.
Segundo relatos de participantes do encontro, há deputados que defendem que a bancada se posicione neste momento sobre a eleição e avaliam que o melhor caminho é a “convergência”, sem que haja disputas internas na base do governo federal na Câmara.
Por outro lado, há quem avalie ser melhor aguardar um pouco mais antes de qualquer posicionamento formal -sugerindo que isso ocorra somente após o segundo turno das eleições municipais.
Esse foi o primeiro encontro formal de parte da bancada para tratar da eleição da presidência da Câmara. Ele ocorreu no formato híbrido (presencial e virtual) e representa uma primeira instância dos debates, já que toda decisão deve ser tomada em conjunto com os deputados da legenda. Haverá outra reunião.
Tido como favorito na disputa, Motta é considerado o nome da convergência por parlamentares por ter o apoio de Lira e a sinalização de apoio de sete partidos, entre eles o PT e o PL, ainda que sem posicionamentos oficiais das legendas ou do próprio presidente da Câmara.
O líder do Republicanos entrou no páreo após uma reviravolta, com a desistência do presidente de seu partido, Marcos Pereira (Republicanos-SP). Para fazer frente ao adversário, Elmar se aliou a Brito. A ideia é deles é criar um bloco alinhado ao Executivo, sem o PL de Jair Bolsonaro, para garantir governabilidade a Lula nos últimos dois anos do mandato do petista.
Para isso, tentam atrair apoio do governo, do MDB e do PT -para o partido de Lula, ofereceram a primeira vice-presidência. Motta, por sua vez, negocia entregar a primeira vice-presidência ao PL e a primeira secretaria ao PT.
Nos bastidores, Lira diz desde o início do ano que o PT se comprometeu a apoiar quem ele indicasse para sua sucessão. Até agora, no entanto, não houve a decisão, o que tem contribuído para os sucessivos atrasos nos prazos do presidente da Câmara para anunciar publicamente seu candidato.
Victoria Azevedo, da Folhapress
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