O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reuniu neste sábado a bancada de deputados e senadores do PL para pedir “coesão” e “alinhamento” no voto ao deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) para a presidência da Câmara e no senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) ao comando do Senado. O encontro ocorreu nesta manhã na sede do partido, em Brasília.
Segundo parlamentares do PL presentes ao encontro, Bolsonaro disse que, se houvesse chance de vitória de um candidato da oposição, ele o teria apoiado. Mas, como não tem, o mais “importante e fundamental” seria ocupar espaços que deem instrumentos para a oposição emplacar os seus projetos e barrar os do governo Lula, conforme a visão do ex-mandatário.
A pressão de seguidores nas redes sociais em prol das candidaturas do senador Marcos Pontes (PL-SP) e do deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS) virou tema da reunião.
Bolsonaro ressaltou que esses internautas que pedem voto contrário aos favoritos Motta e Alcolumbre — apoiados pelo PT e o PL — serão os mesmos a cobrá-los depois se uma comissão aprovar um projeto da gestão Lula.
— Aí não adianta falar: "eu não tava na comissão, eu não tava na CCJ". Como é que eu vou defender as nossas pautas sem relatoria, sem comissão etc. Foi isso que ele nos disse — relatou o deputado Joaquim Passarinho (PL-PA).
O ex-ministro João Roma afirmou que houve pedido por "alinhamento":
— O presidente (Bolsonaro) pediu coesão e alinhamento da bancada — afirmou.
Mesmo com a orientação de Bolsonaro, os parlamentares do PL preveem algumas defecções entre os mais ideológicos na Câmara. Van Hatten tem como bandeiras pôr em votação o pedido de impeachment do presidente Lula e confrontar decisões do Supremo.
Para evitar a deserção de colegas, os dirigentes do PL lembraram na reunião que o partido Novo, de Van Hattem, lançou candidato Felipe D'Ávila à presidência na eleição de 2022, enquanto o Republicanos, de Motta, integrava a coligação de Bolsonaro.
Por O Globo