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Redução no preço da gasolina tem impacto mais rápido na inflação do que aumento no preço do diesel, explica economista da FGV

Redução no preço da gasolina tem impacto mais rápido na inflação do que aumento no preço do diesel, explica economista da FGV

22/10/2023 às 14h51 Atualizada em 22/10/2023 às 15h01
Por: Redação
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Redução no preço da gasolina tem impacto mais rápido na inflação do que aumento no preço do diesel, explica economista da FGV

Coordenador dos Índices de Preços do FGV Ibre, o economista André Braz disse ao Brasil 61 que a redução no preço da gasolina será sentida mais rapidamente na inflação do que o aumento no valor do diesel. Desde este sábado (21), o litro da gasolina vendido pela Petrobras às distribuidoras está R$ 0,12 mais barato. Por outro lado, o litro do diesel ficou R$ 0,25 mais caro. 

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Braz explica que a gasolina tem um peso importante no orçamento das famílias brasileiras, o que ajuda a entender porque alterações no preço do combustível tendem a ter impacto mais rápido na inflação. "A gasolina compromete, em média, 5% do orçamento familiar, o que é muita coisa, então ela acaba influenciando rapidamente a inflação a partir de qualquer movimento no seu preço", afirma. 

A queda no preço da gasolina tem impacto não apenas sobre as famílias que utilizam o carro como meio de locomoção, mas também nas pessoas que usam plataformas de transporte ou de entrega, uma vez que esses serviços absorvem rapidamente flutuações no preço do combustível. 

Por outro lado, segundo o economista, é difícil medir o impacto imediato de variações no preço do diesel na economia. "Existem empresas que têm contrato para fazer transporte de mercadoria para outras empresas e, nesse contrato, tem um índice que reajusta o contrato uma vez por mês. Ele não sobe todos os dias. E existe também o caminhoneiro que negocia seu frete todos os dias. Uma parte desse efeito para o frete é imediato e tem uma parte do impacto que leva mais tempo, porque é um frete que tem um contrato", explica. 

No longo prazo, o impacto de mudanças no preço do diesel na economia pode ser até maior do que o da gasolina, afirma Braz. Isso se deve à importância do primeiro para diversas atividades, como o transporte rodoviário de cargas, o transporte de passageiros e a geração de energia nas termelétricas, por exemplo. O especialista lembra que o encarecimento do diesel afeta a todos, em especial os de renda mais baixa, pois influencia o preço dos alimentos, a tarifa dos ônibus e a conta de luz. 

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Cenário
O economista Luigi Mauri pontua que o reajuste que começa este sábado (21) vem para corrigir a diferença de preços que a Petrobras pratica no Brasil em relação ao praticado no cenário internacional. Entre as razões para essa diferença, ele cita a busca do governo pelo aumento das receitas, o que teria motivado preços mais altos para a gasolina no país. 

No futuro próximo, o cenário externo tende a exercer grande influência no preço dos combustíveis para os brasileiros, acredita. "Conforme a gente se aproxima do inverno no Hemisfério Norte, a gasolina tende a ficar mais barata, porque ela é menos utilizada. Então, há uma menor demanda, portanto um menor consumo e preços mais baixos. O contrário acontece com o diesel. No Hemisfério Norte, você tem uma maior procura por diesel em função do aquecimento interno das residências", explica. 

"Por essa razão, o preço do diesel é mais alto lá fora nessa época do ano, enquanto no Brasil a gente vai ter uma defasagem maior. Já a gasolina aqui está mais alta comparativamente ao exterior. Esse reajuste da Petrobras é, em grande medida, uma resposta a esse cenário", completa. 

André Braz diz que o conflito no Oriente Médio também pode contribuir para flutuações no preço do petróleo nos próximos meses. "Da mesma forma que aconteceu quando a Rússia invadiu a Ucrânia, essa nova guerra também cria volatilidade no petróleo. Apesar da Petrobras ter reajustado para baixo o preço da gasolina, isso não é o fim do jogo. Eu acho que tem muito risco em torno do preço do petróleo e esse risco ainda pode trazer algum aumento de preço final do ano", alerta o economista. 

 
Fonte: Brasil 61 

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