O Pix mais uma vez se manteve muito utilizado pela população brasileira neste 2023. Para o ano que vem, o BC (Banco Central) tem data prevista em 28 de outubro para lançar o Pix Automático.
A nova ferramenta servirá para efetuar, pelo Pix, pagamentos recorrentes. Por exemplo, a mensalidade escolar de crianças ou a conta de luz. A partir de uma autorização prévia do usuário, o valor será retirado da conta sem exigir uma autenticação a cada operação.
Ou seja, será semelhante ao débito automático. Só que, em vez de o valor ser incluído na fatura do cartão de crédito, ele será pago diretamente por meio do método de transferências instantâneas. Portanto, pelo Pix Automático o consumidor não dependerá do limite estabelecido pela instituição financeira
Esse tipo de pagamento já pode ser feito pelo débito automático, mas, na avaliação do Banco Central, o Pix Automático terá a capacidade de alcançar mais pessoas. Hoje, para que uma empresa ofereça a possibilidade de pagamento por débito automático, precisa ter convênio com cada instituição financeira que permita isso.
Com o Pix Automático, a corporação não precisará ter contrato com cada órgão financeiro. Basta fazer um único acordo com um banco que esteja oferecendo essa modalidade.
Ainda, diferentemente do Pix Agendado recorrente, o Pix Automático só poderá ser enviado para pessoas jurídicas. Então, a ideia é mesmo que ele seja utilizado para, por exemplo, pagamento por prestação de serviço.
De acordo com o cronograma do BC, os sistemas do Pix Automático serão desenvolvidos entre janeiro e agosto de 2024. De agosto a setembro, a autarquia testará a ferramenta, para ser lançada em outubro.
“Os participantes que não forem aprovados nos testes homologatórios e não disponibilizarem o Pix Automático a seus usuários no lançamento do serviço, a ocorrer em 28 de outubro de 2024, serão multados por dia de atraso na oferta (limitado a 60 dias)”, anunciou a autarquia.
Entre as regras gerais de funcionamento dessa nova modalidade estarão:
• a especificação de jornadas para autorização prévia;
• normas para o cancelamento da autorização;
• regras para a rejeição e para a liquidação da transação;
• funcionalidades a ser disponibilizadas ao usuário pagador e ao usuário recebedor;
• regras de devolução e responsabilização em caso de erro;
• limite diário para as transações relacionadas ao produto, entre outras.
Três anos de sucesso
Em 2023, o Pix completou três anos de existência. Desde então, até o dia 31 de outubro, a criação do BC (Banco Central) movimentou R$ 29,7 trilhões em 66,5 bilhões de transações, de acordo com a autoridade monetária, e se consolidou como a forma de pagamento mais utilizada pelo brasileiro — isso representa uma média de R$ 27,5 milhões movimentados por dia.
As operações, que antes levavam horas ou mais de um dia, acontecem em segundos. De acordo com Rogério Antônio Lucca, chefe do departamento de operações bancárias e de sistema de pagamentos, mais de 150 milhões de transações são registradas por dia, e 99% delas são liquidadas em menos de um segundo.
“Tem sido muito efetivo esse trabalho nosso de fazer o sistema funcionar 24 horas por sete dias da semana, com a manutenção e a atualização sem parar”, afirmou Lucca durante live do Banco Central sobre os três anos do Pix. “A gente mede a disponibilidade do sistema numa janela de três meses e, nos últimos três meses, o Pix está em 100% de funcionamento, não houve paralisação”, acrescentou.
Para Angelo José Mont Alverne Duarte, chefe do departamento de competição e de estrutura do mercado financeiro do BC, o Pix foi o sistema de pagamento instantâneo que teve a curva de adesão mais rápida do mundo. “Todo mês, pelo menos 110 milhões de brasileiros usam o Pix, o que representa quase 60% da população”, afirmou Duarte, em live.
Antes e depois
No ano passado, a tecnologia teve mais de 24 bilhões de transações e superou cartão de débito, boleto, TED, DOC e cheques somados. O levantamento é da Febrabran (Federação Brasileira de Bancos), feito com base em dados do BC e da Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços).
“É até difícil achar quem lembre como era a vida antes do Pix, três anos atrás. Hoje, todo mundo faz um Pix para pagar qualquer coisa, transacionar dinheiro rapidinho. Antes disso, não havia, mas as pessoas até já se esqueceram de tanto que a ferramenta faz parte da nossa vida”, disse Gustavo Igreja, jornalista e servidor do Banco Central, em transmissão da autarquia.
Também em 2022, o Pix foi o segundo método de pagamento instantâneo mais usado no mundo, segundo estudo de uma parceria da ACI Worldwide com a GlobalData.
A ferramenta do BC só ficou atrás do sistema da Índia. Vale lembrar que o país asiático é o mais populoso do mundo, com 1,428 bilhão de habitantes, de acordo com estimativa da ONU (Organização das Nações Unidas).
Por sua vez, o Brasil tem 203 milhões de pessoas, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Futuro do Pix
Além do Pix Automático, o Banco Central tem outras projeções para os próximos anos em relação à ferramenta no futuro. Uma das expectativas é que o instrumento funcione sem internet.
“Desde seu lançamento, o Pix possui uma agenda evolutiva definida. A priorização dessa agenda passa pela avaliação dos potenciais benefícios e impactos, o esforço necessário e as condições de alocação de recursos”, declarou Sérgio Nery, do Departamento de Comunicação da autarquia, à reportagem.
Nesse contexto, outras possibilidades, na visão do BC são o uso por aproximação e os depósitos internacionais.
Por R7
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