A Aeronáutica da Venezuela negou nesta sexta-feira (26) que tenha fechado o espaço aéreo do país e impedido a chegada de ex-presidentes de pelo menos cinco países a Caracas. Os líderes internacionais iriam observar as eleições presidenciais agendadas para o domingo (28). De acordo com o governo venezuelano, as operações aéreas no país estão funcionando com “total normalidade”. Além disso, o governo afirmou que o grupo de ex-presidentes que não conseguiu embarcar do Panamá para a Venezuela não havia sido convidado para observar as eleições no país.
Mais cedo, o presidente do Panamá, José Raul Mulino, publicou nas redes sociais que o avião com membros do grupo Idea (Iniciativa Democrática da Espanha e das Américas) foi impedido de decolar devido a um bloqueio no espaço aéreo da Venezuela.
Entre os passageiros estavam a ex-presidente do Panamá, Mireya Moscoso, e os ex-presidentes Jorge Fernando Quiroga (Bolívia), Vicente Fox (México), Miguel Ángel Rodríguez (Costa Rica), além da ex-vice-presidente da Colômbia, Marta Lucía Ramírez.
Avión de Copa que transportaba a Presidenta Moscoso y otros expresidentes rumbo a Venezuela no ha sido permitido despegar desde Tocumen mientras ellos se mantengan abordo, por el bloqueo del espacio aéreo venezolano. Igual otro vuelo de Copa hacia Panamá desde Caracas no ha sigo…
— José Raúl Mulino (@JoseRaulMulino) July 26, 2024
Nas redes sociais, Vicente Fox informou que todos os voos com destino a Caracas foram suspensos, classificando o episódio como um momento de “tristeza”. Ele também chamou Nicolás Maduro, atual presidente da Venezuela, de “ditador”.
A eleição na Venezuela ocorre no domingo, com dez candidatos concorrendo ao cargo de presidente. Edmundo Gonzalez Urrutia é o principal opositor de Maduro, que busca seu terceiro mandato consecutivo. Pesquisas indicam 59% de intenção de voto para Urrutia e 24,6% para Maduro. A comunidade internacional pede por eleições transparentes após acusações anteriores de fraude no país.
Na quarta-feira (24), o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) decidiu não enviar observadores para acompanhar a eleição venezuelana. A decisão foi uma resposta às declarações de Maduro, que afirmou que a Venezuela possui o melhor sistema eleitoral do mundo, enquanto países como Colômbia e Brasil não têm urnas auditáveis.
Apesar disso, o governo brasileiro manteve a ida do assessor especial da presidência para assuntos internacionais, Celso Amorim, para acompanhar as eleições da Venezuela.
Confira a nota da Aeronáutica da Venezuela
O Instituto Nacional de Aeronáutica Civil sinalizou como falsa a informação sobre um suposto fechamento do espaço aéreo por parte da Venezuela. Através de sua conta na rede social Instagram, o mandatário panamenho José Raúl Mulino foi responsável por divulgar esta notícia falsa, ocasionando um retrocesso no voo internacional da Copa Aerolínea que partiu do Panamá para a Venezuela.
Hellen Leite, do R7, e Raul Dias Filho, da RECORD, enviado especial a Caracas