O Brasil garantiu a medalha de bronze na ginástica artística por equipes nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. As brasileiras Jade Barbosa, Lorrane Oliveira, Júlia Soares, Rebeca Andrade e Flávia Saraiva foram as responsáveis pelo terceiro lugar, com 164.497 pontos no geral. A Itália ficou com a prata (165.494), enquanto os Estados Unidos conquistaram o ouro (171.296).
As ginastas brasileiras competiram nas barras assimétricas, trave, solo e salto.
A primeira apresentação de Rebeca Andrade nas barras foi do nível da atleta. A brasileira mostrou sua força logo de início e deixou o público de pé. Flávia, apesar de ter se machucado no aquecimento, colocou um curativo na parte do supercílio e também fez uma bonita apresentação nas barras, assim como na trave.
"Tirei do meu Cheng (risos). Eu estava um pouco nervosa, bem cansada do solo, mas é aquilo. A confiança no nosso trabalho não tem como discutir. Eu fui lá, a Lorrane falou comigo e disse: 'Você sabe o que você tem que fazer, respira fundo'. Eu fui lá, vi as meninas torcendo muito. Confiar na nossa equipe, no nosso trabalho, faz toda a diferença", disse Rebeca Andrade.
No solo, Júlia iniciou com muita elegância, mas recebeu 13.233 dos jurados. Na sequência, Flavinha e Rebeca Andrade também fizeram grandes apresentações e ficaram com 13.533 e 14.200, respectivamente.
"É difícil de acreditar. Estou com essa equipe maravilhosa. Claro, como todas disseram, houve meus erros, erros da equipe, mas acontece, é da competição. Ergui a cabeça na hora e finalizei a série como na trave. É um aparelho muito difícil, mas consegui terminar bem. No solo, eu também estava muito cansada, mas dei o meu melhor, o resto que tinha de energia. Dei meus 110% para representar bem o meu país e deu no que deu, agora estamos com a medalha no peito", afirmou Júlia Soares.
Por fim, no salto, o Brasil não se saiu tão bem. Jade Barbosa não conseguiu se posicionar do jeito que gostaria na queda. Mesmo assim, conseguiu tirar 13.366. Posteriormente, Flavinha também não caiu bem, mas conquistou uma nota maior do que o esperado (13.900). Rebeca, por sua vez, recebeu a incrível pontuação de 15.100 após uma excelente apresentação.
"É até difícil falar neste momento. Trabalhamos muito duro, dia após dia, poucas pessoas vão saber o quão duro foi. Ficamos muito felizes com o que conseguimos fazer hoje. Aconteceram muitas coisas difíceis durante a competição, mas treinamos cada uma delas dentro do ginásio. É impressionante tudo que aconteceu. Cada passo fez diferença e brigamos por cada um deles, por mais que não tenha saído como a gente gostaria. Isso faz uma equipe, uma família. Tenho muito orgulho do que construímos nesse período e hoje colhemos resultados de muitas gerações. É até difícil acreditar", disse Jade.
Flávia comentou sobre o momento que acabou caindo no aquecimento e abrindo o supercílio.
"Quando eu vi, estava deitada no chão com o joelho na cara. Eu só rolei para o lado e falei 'gente, onde é que eu estou?", e o Xico (treinador) falando 'está sangrando'. Aí eu coloquei a mão no rosto, meu olho sangrando, não estava entendendo nada (risos). Aí ele falou 'está aquecida?', e eu falei 'agora sim'", falou.
Após a conquista da medalha, Lorrayna revelou o nervosismo de participar da competição e, principalmente, de abrir o primeiro aparelho.
"É uma responsabilidade muito grande e é difícil começar abrindo a competição, no primeiro aparelho. Mas treinamos tudo que tínhamos que treinar e já estou acostumada a abrir as competições. Confesso que hoje estava um pouco mais nervosa, mas confiante no que eu podia fazer. Lutei até o final também. Não foi minha melhor série, mas é isso. Lutamos até o fim".
O Brasil ainda terá mais chances de garantir medalhas na ginástica nas finais individuais de cada aparelho e na final do individual geral. No salto, Rebeca Andrade foi a única a garantir vaga na decisão, com a nota média de 14.683, ficando no segundo lugar geral, atrás apenas da norte-americana Simone Biles.
Na trave, o Brasil terá duas representantes. Rebeca Andrade e Júlia Soares garantiram presença na decisão. No solo, Rebeca também foi a única com vaga na final, depois de terminar na 2ª colocação, atrás apenas de Biles.
O único aparelho sem brasileiras na final foi nas barras assimétricas.
Rebeca Andrade e Flávia Saraiva também estão na final do individual geral, quando as atletas passam por todos os aparelhos. Rebeca passou na 2ª colocação, enquanto Flávia ficou na 11ª posição.
Por Gazeta Esportiva