Não foi sofrido como de costume. Desta vez, os deuses do futebol foram mais generosos com o Clube Atlético Mineiro. Sem sustos, o melhor time brasileiro de 2021 coroou uma temporada histórica com mais uma vitória - e mais um título. Na noite desta quarta-feira, o clima hostil em Curitiba se transformou numa festa alvinegra em plena Arena da Baixada. O Galo ganhou por 2 a 1 do Athletico-PR, ampliou a vantagem de 4 a 0 construída na partida de ida da final, no Mineirão, e assegurou o bicampeonato da Copa do Brasil.
A equipe de Cuca se eterniza como umas das maiores da centenária história atleticana. Os títulos do Campeonato Mineiro, Campeonato Brasileiro e, agora, da Copa do Brasil garantem a Tríplice Coroa, feito raríssimo no tão equilibrado futebol nacional. Em 75 jogos na temporada, foram impressionantes 52 vitórias, 14 empates e só nove derrotas. Campanha digna de um time que permanecerá na memória por muito tempo.
Os gols da vitória foram marcados após dois belos contra-ataques. No primeiro tempo, a jogada foi de Vargas e Zaracho para conclusão de Keno. Já o segundo, num lindo lançamento de Savarino para Hulk ganhar na velocidade e tocar por cima do goleiro. No fim, Jaderson diminuiu.
O jogo
O jogo começou quente na Arena da Baixada. Mas não por lances perigosos, e sim por faltas violentas. Nos primeiros 15 minutos, mais de um terço do jogo ficou parado para atendimentos médicos e reclamações com o árbitro Anderson Daronco, que economizou o cartão amarelo no começo.
A partir daí, a bola passou a rolar mais. E numa roubada de bola no meio-campo, o Furacão desceu em velocidade para o ataque. Léo Cittadini recebeu pela direita e cruzou para Pedro Rocha que dominou, ajeitou e finalizou para as redes. O gol, no entanto, foi anulado. O atacante ajeitou a bola com a mão, de acordo com análise do VAR.
O lance foi uma ducha de água fria no Furacão. O Atlético aproveitou o descuido adversário. Vargas roubou a bola no meio, arrancou em velocidade e acionou Zaracho. O argentinou dominou e virou rasteiro para Keno, livre, finalizar para as redes: 1 a 0.
O gol matou o ímpeto do Furacão. O Galo tentou aproveitar, mas Hulk e Keno perderam grandes chances. Pelo lado dos donos da casa, Terans teve a melhor oportunidade, mas parou em grande defesa de Everson.
No fim da etapa final, mais confusão. Primeiro, o Furacão reclamou de pênalti. Depois, no último lance, Vargas chutou uma bola na direção da torcida do time paranaense e iniciou um grande empurra-empurra. Muitos copos de cervejas foram arremessados nos jogadores do Galo.
Para a etapa final, o Athletico-PR voltou melhor. O Furacão pressionou, buscou de todas as formas um resultado melhor, mas parou em erros de finalização e num inspirado goleiro Everson.
Aos poucos, o Galo saiu para o ataque para matar de vez o jogo. Arana e Allan pararam em Santos. Mas, num contra-ataque, o craque do futebol brasileiro em 2021 decidiu. Savarino lançou para Hulk ganhar na velocidade do zagueiro e dar toque de cavadinha por cima do goleiro Santos: 2 a 0.
No fim, após cruzamento da esquerda, a bola desviou e ficou limpa para Jaderson tocar de cabeça e diminuir o placar: 2 a 1 e bicampeonato garantido para o Clube Atlético Mineiro.
ATHLETICO-PR 1 X 2 ATLÉTICO
Athletico-PR
Santos; Pedro Henrique, Zé Ivaldo e Christian (Jader, intervalo); Marcinho (Khellven, 19/2°T), Erick, Léo Cittadini (Fernando Canesin, intervalo) e Abner; Pedro Rocha (Jaderson, 25/2°T), Renato Kayzer (Vinicius Mingotti, 40/1°T) e David Terans
Técnico: Alberto Valentim
Atlético
Everson; Mariano, Igor Rabello, Junior Alonso e Guilherme Arana; Allan, Jair (Tchê Tchê, 33/2°T) e Matías Zaracho (Savarino, 26/2°T); Vargas (Nacho Fernández, 18/2°T), Keno (Calebe, 26/2°T) e Hulk (Eduardo Sasha, 33/2°T)
Técnico: Cuca
Gols: Keno, 24/1°T; Hulk, 30/2°T; Jaderson, 41/2°T
Cartões amarelos: Renato Kayzer (28/1°T); Abner Vinícius (49/2°T); Léo Cittadini (51/2°T); Eduardo Vargas (51/2°T); Jair (10/2°T)
Motivo: jogo de volta da final da Copa do Brasil
Local: Arena da Baixada, em Curitiba (PR)
Data e horário: quarta-feira, 15 de dezembro de 2021, às 21h30 (de Brasília)
Árbitro: Anderson Daronco (Fifa/RS)
Assistentes: Marcelo Carvalho Van Gasse (Fifa/SP) e Rafael da Silva Alves (Fifa/RS)
VAR: Daniel Nobre Bins (RS)