Em comunicado divulgado nesta quinta-feira, o bilionário russo Roman Abramovich reiterou o seu compromisso de doar todo o lucro obtido na venda do Chelsea. Ele ainda negou que vá cobrar um empréstimo feito ao clube, algo que poderia atrapalhar o processo de transferência de dono do time.
“As intenções de Abramovich em relação a doar os lucros da venda do Chelsea para instituições de caridade não mudaram”, diz o texto.
O comunicado surge após o jornal The Times divulgar que o atual dono do Chelsea estaria disposto a cobrar uma dívida de aproximadamente 1,6 bilhão de libras (R$ 10 bilhões). O valor é referente a um empréstimo feito pela empresa Camberley International Investments à Fordstam, companhia controladora do clube londrino.
– O Sr. Abramovich não pediu que lhe fosse reembolsado qualquer empréstimo – tais sugestões são inteiramente falsas – assim como as sugestões de que o Sr. Abramovich aumentou o preço do Clube no último minuto – garante o russo.
O texto diz que Roman Abramovich designou a alguns representantes de órgãos da ONU e outras instituições globais de caridade a missão de criar uma fundação para receber os ganhos provenientes da venda. Ele ainda reiterou que todo o processo ainda depende de aprovação da União Europeia.
O Chelsea foi colocado à venda no início de março. Segundo a imprensa inglesa, o consórcio liderado pelo empresário americano Todd Boehly lidera a corrida e teria entrado em negociações exclusivas com o clube.
Apesar disso, o bilionário britânico Jim Ratcliffe não desistiu da sua tentativa de comprar o clube, mesmo que tenha chegado após o prazo final para propostas. Dois outros grupos pré-selecionados, liderados pelo ex-presidente da British Airways Sir Martin Broughton e pelo americano Stephen Pagliuca, foram informados de que não estavam mais sendo considerados como próximos proprietários viáveis.
Confira o comunicado de Abramovich na íntegra:
Em primeiro lugar, as intenções de Abramovich em relação a doar os lucros da venda do Chelsea para instituições de caridade não mudaram.
Desde o anúncio inicial, a equipe de Abramovich identificou representantes seniores de órgãos da ONU e grandes organizações globais de caridade que foram encarregados de formar uma Fundação e estabelecer um plano para suas atividades. O especialista independente principal conversou com representantes do governo apresentando a estrutura e os planos iniciais.
O Sr. Abramovich não esteve envolvido neste trabalho e foi administrado de forma independente por especialistas com anos de experiência trabalhando em organizações humanitárias.
Em segundo lugar, o Sr. Abramovich não pediu que lhe fosse reembolsado qualquer empréstimo – tais sugestões são inteiramente falsas – assim como as sugestões de que o Sr. Abramovich aumentou o preço do Clube no último minuto. Como parte do objetivo de Abramovich de encontrar um bom guardião para o Chelsea FC, ele, no entanto, encorajou cada licitante ao longo deste processo a se comprometer a investir no clube, incluindo na Base, no time feminino, na necessária remodelação do estádio, bem como na manutenção do trabalho da Fundação Chelsea.
Após sanções e outras restrições impostas a Abramovich pelo Reino Unido desde o anúncio da venda do clube, o empréstimo também está sujeito a sanções da UE, exigindo aprovações adicionais. Isso significa que os fundos serão congelados e sujeitos a um procedimento legal regido pelas autoridades. Esses recursos ainda são destinados à Fundação. O Governo está ciente dessas restrições, bem como das implicações legais.
Para ser claro, o Sr. Abramovich não tem acesso ou controle desses fundos e não terá nenhum acesso ou controle desses fundos após a venda. Apesar das circunstâncias em mudança desde o seu anúncio inicial, ele continua empenhado em encontrar um bom guardião para o Chelsea FC e garantir que os lucros sejam destinados a boas causas.